25 de julho marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, que teve origem nos anos 90, em Santo Domingo, capital da República Dominicana.
Esse evento foi uma reação de um grupo de representantes de mulheres negras, de diversos países da América Latina, marcado pela discussão acerca de problemas e soluções para questões afro-feminina não só nas Américas, mas também ao redor de todo o mundo.
Este ano, completam-se 30 anos desde que a ONU reconheceu o dia 25 de julho como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, mas, infelizmente, ainda hoje mulheres negras travam uma luta histórica contra a opressão de gênero, exploração e racismo intrínsecos na sociedade.
Dados, como a taxa de feminicídio, de violência doméstica, obstétrica e de mortalidade materna, além da diferença salarial e falta de representatividade política feminina negra, não deixam dúvidas de que a pauta sobre a luta contra o racismo e o machismo é urgente e imperativa.
Como surgiu o feminismo negro?
O processo histórico de escravização promoveu, ao longo de todos esses anos, uma sociedade estruturada no racismo, sexismo, lgtbfobia e machismo, que silencia a voz e a dor das mulheres negras.
E, apesar de estarmos caminhando para um lugar de maior visibilidade e debate acerca da vulnerabilidade socioeconômica que mulheres negras enfrentam, o racismo estrutural ainda se manifesta nas nossas relações interpessoais e nas instituições das quais fazemos parte. O Feminismo é um exemplo de movimento que, por muitos anos, não teve uma perspectiva interseccional para compreensão de pautas ligadas ao gênero, raça e classe.
Diferentemente do que se possa imaginar, o feminismo negro surgiu para atuar justamente na ampliação do discurso do movimento feminista, antes tratado de forma universalizada, para além das pautas marcadas pela branquitude eurocêntrica e colonizadora.
A invisibilidade e o silenciamento em diferentes contextos experenciados por essas mulheres, fizeram com que elas se unissem em prol de suas especificidades antes mesmo do surgimento do movimento feminista.
Se olharmos para história de países onde corpos negros foram mercantilizados, leia-se regime escravocrata, podemos constatar que, como diz a célebre frase de Jurema Werneck, “nossos passos vêm de longe”.
Quem fez história?
Você consegue citar, sem pesquisar na internet, cinco mulheres negras que fazem parte da história do Brasil em menos de um minuto? Se hesitou, saiba que você não é o único. Uma boa parte da população brasileira não reconhece sua história.
Assim, para celebrar a ancestralidade do movimento de mulheres negras e as lideranças negras femininas atuais, a Empodera separou a história de 6 mulheres inspiradoras para você conhecer. Confira:
Tereza Benguela
No Brasil, o dia 25 de julho também homenageia Tereza de Benguela, mais uma heroína negra que teve seu nome esquecido pela historiografia brasileira.
Líder quilombola do Quariterê e símbolo de luta e resistência da comunidade negra e indígena durante a escravidão, Rainha Tereza resistiu à escravidão bravamente junto à sua comunidade por duas décadas.
Carolina Maria de Jesus
Uma das primeiras escritoras negras publicadas do Brasil, Carolina Maria de Jesus teve sua vida marcada pela fome e miséria.
Favelada e catadora de papel, Carolina Maria de Jesus se destacou por seus registros, em forma de diário, sobre o seu cotidiano na favela onde morava. Quarto de Despejo — Diário de uma Favelada foi seu primeiro livro, traduzido em 16 idiomas e vendido em 40 países.
Esperança Garcia
Esperança Garcia foi uma mulher negra escravizada no século XVIII, que lutou por seus direitos e foi reconhecida, em 2017, como a primeira advogada piauiense.
Muitos juristas e advogadas negras defendem o reconhecimento de Esperança Garcia não apenas como a primeira mulher, mas a primeira pessoa a exercer a advocacia no país, visto que sua petição com denúncia de maus tratos foi inscrita em 1770.
Djamila Ribeiro
Djamila Ribeiro é uma filósofa, ativista social, escritora, acadêmica e pesquisadora brasileira, conhecida como uma das principais vozes dos movimentos negro e feminista da atualidade.
Djamila se destaca por falar sobre o papel do feminismo na nossa sociedade estruturalmente racista, misógina e machista, e como é importante ter um movimento que trate de forma específica os problemas enfrentados pelas mulheres negras.
Lélia Gonzalez
Lélia Gonzalez foi uma importante intelectual, ativista, política, professora, filósofa e antropóloga brasileira, considerada a primeira mulher negra a se dedicar aos estudos de raça e gênero no Brasil.
Co-fundadora do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio de Janeiro, do Movimento Negro Unificado e do Olodum, Lélia criou o termo amefricanidade para se referir às especificidades dos negros e negras da América Latina.
Sueli Carneiro
Sueli Carneiro é filósofa, escritora, doutora pela USP e ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro, responsável por evidenciar o protagonismo das mulheres negras e suas respectivas lutas emancipatórias.
Fundadora e atual diretora do Geledés — Instituto da Mulher Negra, Sueli é considerada uma das principais referências da discussão do feminismo negro no Brasil e uma das escritoras mais ativas em prol dos Direitos Humanos.
O que a Empodera tem feito?
Nós, da Empodera, acreditamos que a adoção de práticas e políticas de DE&I são fundamentais para superar o racismo estruturante e construir uma sociedade verdadeiramente democrática.
Por isso, a Empodera conta com um time de expert- como Ana Minuto, Kaká Rodrigues e Anna Cristina Almeida, para abordar temas em palestras e workshops como: vieses inconscientes, racismo estruturante e letramento racial, comunicação inclusiva e rodas de conversa dentro de alguns dos pilares de Diversidade da Empodera (Racial | Gênero | LGBTQI+). Desmistificando fatos sobre DE&I e trabalhando na sensibilização, sistematização e sustentação dessas ações na construção e aceleração de um ambiente corporativo mais diverso e inclusivo.
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