Hoje é aniversário do nosso CEO e fundador, Leizer Pereira. Aproveitamos esse dia para dar início a coluna de entrevistas no nosso blog. Durante 04 sextas-feiras, iremos soltar partes da entrevista feita com ele. Boa leitura!
O que me levou a criar a Empodera, Plataforma Pioneira na Aceleração da Diversidade e Inclusão no Mercado de Trabalho?
Em um bate-papo, Leizer Pereira respondeu algumas perguntas sobre a sua trajetória e como resolveu fundar a Empodera. Confira abaixo a entrevista.
Em primeiro lugar, Leizer, fale um pouquinho de você para nossa comunidade te conhecer.
Me chamo Leizer Pereira, tenho 47 anos, sou um homem negro, nascido em uma família pobre de Caxias. Sou filho do “Seu” Luiz, que veio do interior de Minas de uma família de semianalfabetos para ser um homem das letras no Rio de Janeiro; e da “Dona” Elza, mulher guerreira, protagonista e empoderada na década de 70.
A gente pode até não escolher cep e família, mas eu tive a sorte de nascer em uma onde recebi o que eu chamo de capital moral. Eu nem tive a chance de não fazer acontecer, porque eu recebi aquilo que faz a diferença dos meus pais.
Além disso, nasci com um dom: sempre fui muito estudioso e esforçado! Então acredito que se você tem talento, tem esforço, é estudioso e tem vontade de aprender, o que precisa é de oportunidade… Em Duque de Caxias, você já nasce com o superpoder de ser sagaz, não tem como nascer em Caxias e ficar vacilando (risos). Aproveitei essa sagacidade, mais o incentivo dos meus pais, para hackear o sistema e achar brechas, e brechas no sistema – educação de qualidade gratuita.
Eu entrei na universidade pública federal, fiz engenharia de telecomunicações; tive acesso a bolsas de estudos para estudar inglês; construí uma carreira bem-sucedida na indústria de tecnologia e trabalhei em grandes empresas, como a Embratel, Huawei (empresa chinesa) e Cisco (empresa americana).
Eu acho que quando você nasce na baixa renda e melhora a sua condição de vida, pode dizer que venceu o Brasil né?!
O que te levou a criar a Empodera?
Quando venci o Brasil, apesar de todas as condições contrárias, e viro a elite que eu sempre reclamei (risos), me pego com um sentimento que até então não estava claro para mim. A minha vó sempre falava sobre “estar com burro na sombra”, e essa era justamente a sensação que eu sentia. Eu tinha uma vida confortável, estava estabilizado profissionalmente, viajava todo ano para fora do país com a família. Contudo, o sentimento que me incomodava, e que hoje sei dar nome- “give back”, me acompanhava diariamente.
Eu me sentia um privilegiado no país, porque mesmo tendo nascido pobre, eu estudei em uma universidade pública e acessei bolsas de estudos. Essa vontade de dar de volta para a comunidade finalmente se materializou com o trabalho voluntário que comecei em 2014, na ONG Educafro.
Fui professor de matemática voluntário e coordenador da regional Rio. Fiquei lá durante dois anos, então pude dedicar um tempo livre para ajudar jovens de baixa renda, especialmente negros, a ingressarem no ensino superior. Minha missão era construir núcleos de pré-vestibular social espalhados pelo RJ e parcerias com universidades. Ali era real a transformação de vida das pessoas! Coloquei centenas de pessoas, ou até milhares, na universidade, e isso me traz uma grande alegria.
Em 2015, a Coca-Cola, que estava abrindo um processo seletivo para treinee, percebeu a urgência de promover um processo seletivo com mais inclusão racial. Esse já era um tema da Coca-Cola EUA, e o Brasil estava começando a falar mais de diversidade e inclusão.
Eles estavam com dificuldade para contratar pessoas negras (pretas e pardas) e pediram ajuda para Educafro na seleção de jovens negros para o processo seletivo, o que foi uma ideia muito inteligente, já que estavam se associando a uma ong que cuida da causa. Além disso, pediram apoio também para ampliar a consciência da companhia em relação à questão racial. Eles precisavam de ajuda para desenhar um processo de seleção mais inclusivo e que preparássemos os gestores que iriam participar desta seleção.
Ali caíram duas fichas: se uma empresa do porte da Coca-Cola está precisando da ajuda de uma ONG, é sinal de que nenhuma empresa estava entendendo bem como promover diversidade e inclusão de fato. E os jovens da Educafro, em torno de 200 pessoas, não estavam preparados para a vaga. A maioria deles não sabiam responder perguntas básicas que todo recrutador faz, não tinham um bom currículo e não entendiam o modelo de negócio da Coca-Cola e nem as funções de um treinee.
Então se jovens não se sentiam preparados para o mercado de trabalho e processos seletivos e empresas não estavam preparadas para fazer um processo seletivo mais inclusivo e diverso, vi um gap que poderia ser solucionado com a criação da Empodera.
Esse novo tema precisava de uma empresa especializada em desenhar programas de diversidade e inclusão, sensibilizar gestores e capacitar lideranças. E jovens talentos diversos precisavam de uma plataforma que os preparassem para o mercado de trabalho.
Eu fundei a Empodera para que fosse uma plataforma de conexões e educação. Somos um grande banco de talentos diversos e ao mesmo tempo promovemos, dentro das empresas, programas que ajudam na jornada de diversidade e inclusão.
Gostou da matéria? Fique ligado que na próxima sexta-feira, Leizer Pereira irá falar sobre os maiores desafios e sonhos da jornada da Empodera.
Você também pode ver um pouco mais sobre a jornada de Criação da empodera no TD Talk de Março de 2018, clicando aqui
Quer saber mais como a Empodera pode te ajudar a acelerar a jornada de mudança pra Cultura inclusiva da sua empresa? Preencha o formulário a baixo.
0 comentários