Janeiro, o mês da Visibilidade Trans, está se encerrando, e com ele surge um convite da Empodera: que tal sair do discurso e partir para a ação?
Há 19 anos, dia 29 de janeiro tornava-se símbolo da luta pela visibilidade trans no país, quando um grupo de ativistas formado por 27 travestis, mulheres e homens trans se reuniram pela primeira vez no Congresso Nacional, em Brasília, para a marcha “Travesti é Respeito”, cujas pautas reivindicavam os direitos de pessoas transgêneros.
Apesar da atenção da sociedade civil às demandas dessas pessoas ao longo dos anos, como o reconhecimento do nome social pelo SUS (2009) e a criminalização da transfobia (2019), a realidade de exclusão e violência vivenciada pela população trans ainda é muito forte. De acordo com o Dossiê de Assassinatos e Violências Contra Travestis e Transexuais Brasileiras, organizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Brasil se mantém na liderança do ranking, entre 80 países, como o que mais mata pessoas trans.
Nenhum país ocupa esse posto da noite para o dia. São 14 anos consecutivos ignorando direitos fundamentais, negando o acesso à educação, a um emprego digno, aos espaços públicos, e promovendo a violência e marginalização desses corpos. A verdade é que existir como uma pessoa trans na nossa sociedade é desafio diário.
Temos que nos comprometer com a vida
Segundo um levantamento feito pela Faculdade de Medicina de Botucatu – FMB da Universidade Estadual Paulista – UNESP (2021), cerca de 2% da população adulta brasileira são de pessoas transgênero e não binárias – ou seja, pessoas que não se identificam com o gênero atribuído ao nascer ou não se identificam com exclusivamente com um gênero, seja ele feminino ou masculino.
Quantas pessoas trans você conhece? Quantas pessoas trans tem no seu trabalho ou nos seus ciclos de convivência? A verdade é que o preconceito é tão grande, que mal nos relacionamos afetiva ou profissionalmente com essas pessoas, ainda que essa população hoje seja de 3 milhões de indivíduos. (FMB da Universidade Estadual Paulista – UNESP 2021)
Além da violência física, pessoas travestis e transexuais são constantemente discriminadas e constrangidas. Às vezes, reproduzimos comportamentos e falas sem nem pensar e isso não é desculpa.
Devemos nos comprometer em respeitar as diferenças, para diminuir os impactos da discriminação e da transfobia; driblar essa realidade excludente que vivemos atualmente; descontruir vieses inconscientes; e promover uma sociedade mais harmônica, justa e igualitária.
“Mas perguntar não ofende!” Será verdade?
Existe uma curiosidade coletiva, oriunda de uma visão determinista e ultrapassada, em relação aos corpos de pessoas travestis e trans. E por isso, muito provavelmente, você já ouviu ou até mesmo reproduziu essa e muitas outras frases preconceituosas. Você consegue entender que certas falas carregam milhares de julgamentos e muitas doses de preconceitos? Logo, certas perguntas, além de inconvenientes, são transfóbicas.
E tão importante quanto lutar por políticas públicas que garantam os direitos básicos dessa parte da população, é preciso repensar nossas bolhas sociais. O caminho rumo à equidade de direitos ainda é longo, mas cada um deve fazer a sua parte.
Transrepresentatividade nas empresas
Indubitavelmente, a falta de oportunidade no mercado de trabalho formal, nos órgãos públicos e nas empresas privadas, traz consequências terríveis para a vida das pessoas travestis e trans.
Uma vez que as empresas negam espaços, acarretam a exclusão dessa população do mercado de trabalho. De acordo a ANTRA (2021), 88% dos entrevistados acreditam que o ambiente corporativo não está preparado para a inclusão de pessoas travestis e trans. Além disso, 90% da população transexual e travesti tem a prostituição como a única alternativa de renda e possibilidade de sobrevivência.
Do preconceito às dúvidas de ordem prática, as organizações não estão prontas para lidar com a diversidade. Para fomentar a equidade e a inclusão, sobretudo no ambiente corporativo, precisamos falar sobre vidas trans o ano todo, e criar espaços mais inclusivos e com transrepresentatividade.
Por que investir em uma empresa mais inclusiva?
Grandes organizações já se preocupam com a temática e vêm apostando em empresas aliadas para acelerar a jornada de uma cultura organizacional mais diversa e inclusiva, numa tentativa de promover a equidade entre pessoas trans e cis na busca por uma colocação no mercado de trabalho.
Além de uma clara tentativa de solucionar esse problema social que vivemos, políticas afirmativas oferecem muitos benefícios para os negócios. Segundo uma pesquisa conduzida pela McKinsey & Company, empresa de consultoria de gestão global, o desempenho financeiro das organizações que adotam políticas de DE&I são superiores às de seus concorrentes que não priorizam essa questão. Além disso, essas ações são favoráveis para:
- Aumento da criatividade e inovação
– Diminuição do turnover
– Engajamento da equipe
– Ganho cultural
– Melhoria do ambiente interno
Quer saber como a Empodera está comprometida com essa causa?
A diversidade e a inclusão ainda caminham a passos lentos. Um dos maiores desafios das pessoas travestis e transexuais é conseguir um emprego formal. Normalmente, devido ao crivo do preconceito e da falta de políticas inclusivas, essas pessoas encontram dificuldades dentro do ambiente corporativo, ainda que tenham qualificações e experiências profissionais.
O preconceito e desinformação dos recrutadores e empregadores são algumas das razões para o alto índice de desemprego e informalidade. Por isso, as organizações devem assumir o compromisso de contribuir para mudar essa realidade, criando políticas de inclusão e práticas de contratação de profissionais trans.
E como mudar esta realidade?
Já parou para pensar sobre o papel que a sua empresa desempenha na promoção de um ambiente corporativo mais diverso? O que tem sido feito na sua organização para a inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho?
Ao entender que a visibilidade trans é muito mais do que uma questão social, visto que pode interferir positiva ou negativamente no seu negócio, é fundamental que mais ações pontuais sejam criadas.
A Empodera é a sua melhor aliada nesse processo. Por este motivo, criamos uma página com alguns dados e ações contínuas para sensibilizar a sua equipe sobre o tema; sistematizar os processos existentes ou desenvolver novos, de acordo com a necessidade da sua empresa; e criar metas, kpis e indicadores para sustentar esses ganhos.
Além de elaborar um calendário da diversidade, com apoio de um planejamento de ações no Trello para todos os meses do ano de 2023, e desenvolver uma curadoria com os melhores conteúdos de DE&I, a Empodera conta com soluções que te ajudarão a combater a intensa exclusão no âmbito profissional que pessoas travestis e trans ainda sofrem. Conheça algumas de nossas soluções: nossas soluções:
Palestras:
– Liderança Inclusiva
– Desafios e Vantagens de Se Trabalhar com a Diversidade LGBTQIAPN+
Roda de conversa:
– Conexão Empodera
Workshop
– Vieses Inconscientes
– Recrutamento Inclusivo
Quer saber mais?
Os debates em apoio a Visibilidade Trans devem se estender para além do mês de janeiro. A Empodera separou algumas ações para te ajudar a somar forças na luta contra os discursos de ódio e na promoção de oportunidades durante os 365 dias do ano. Confira o carrossel ou fale com a nossa equipe de relacionamento.
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